Hoje terminei a leitura de Alice no País das Maravilhas.
Comecei a ler sem saber muito da história. Assisti o filme de Wood Allen quando mais novo, mas não lembro de muita coisa, portanto a maioria dos acontecimentos me eram novidade. Li a tradução de Ana Maria Machado, o que acho que foi uma sábia escolha. Há várias traduções diferentes para esse livro, mas na dela, alguns trocadilhos linguísticos com antigas cantigas inglesas foram trocadas por trocadilhos em português e por cantigas brasileiras, para que o ritmo da leitura fosse o desejado por Carroll.
Como Machado disse, o importante em Alice não é a história em si, seus acontecimentos, mas sim a forma como são contados, o que vejo que é verdade. Apesar de bem fantasioso, é uma história simples, fácil de ser contada. Por isso mesmo poderia tornar-se entediante, o que não aconteceu, graças a forma como Carroll fez seu trabalho.
E é incrível imaginar que esse livro foi feito para uma menina chamada Alice como um singelo presente. Existe algo melhor do que ganhar um presente desses? Ao invés de pensar em presentes caros, grandes e chamativos, o que ele pôde dar à menina, filha de seu amigo, foi uma história de uma garota que vai para um mundo fantástico, um mundo de maravilhas.
A fantasia criada é tão atemporal que continua chamando atenção de novas edições, além de vários filmes, grandes e pequenos, com pessoas reais ou de animação. E tantas pessoas ao redor do mundo gostam e, assim como eu, inspiram-se nela.
E por falar em inspiração, há outras facetas, um tanto obscuras, que são certas teorias do motivo de Alice ver tantos absurdos em sucessão. Uma delas, e não é preciso pensar muito para compreender, é de que as poções que ela toma no começo são alucinógenas, assim como o cogumelo, ou seja, drogas ilícitas, que fazem sua cabeça criar e distorcer a realidade. Não acho um absurdo e até gosto de pensar por esse lado, mas sei que essa não foi a intenção do autor.
O que importa é que cem páginas sobreviveram há tantos anos, e continuam renovando-se, pois fazem do nosso mundo, às vezes chato e ignóbil, o País das Maravilhas.
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